quarta-feira, 10 de março de 2010

Tendências Mercadológicas

Não há como negar a crescente relevância das redes sociais tais como orkut, facebook, twitter e até MSN como ferramenta de marketing. Tais redes vêm sendo utilizadas cada vez mais como uma ponte entre empresa e consumidores. Um novo canal cuja importância vai desde a mensuração da satisfação de clientes até a averiguação de sentimentos, opiniões e expectativas em relação à marca.
Outro uso crescente que também não nos é nada estranho quando falando de marketing aplicado a redes sociais, é a utilização destas para propagandas e merchandising. Assistimos hoje o que poderíamos até considerar como uma vertente das malas-diretas e do telemarketing na modernidade.
O fato acima referido pode ser encontrado e averiguado de inúmeras formas diferentes: nos primórdios tínhamos (os já ultrapassados) spams e lixos eletrônicos lotando nossas caixas de e-mail. Eis que tais spams começaram então a se materializar em nossos “scrapbooks” e afins e, ultimamente, não é incomum quando uma estranha nos adiciona no messenger para depois nos perguntar se queremos vê-la nua e desinibida na webcam e, para tanto, nos diz para clicarmos em um determinado link.
Podemos nisto averiguar duas diferentes formas de contato com o cliente. A primeira é a propaganda propriamente dita, onde se anuncia um produto e seus benefícios. Já a segunda é uma propaganda disfarçada onde o anunciante se passa por uma pessoa real, por vezes um consumidor satisfeito, por outras “parte do produto”.
Tal “abordagem” do cliente foi originada no formato de vírus, pornografia e hoje em dia é mais contemplada no formato “emagreça dormindo”. Vale ressaltar que critérios como sexo, preferência sexual e peso não parecem ser muito relevantes na hora do envio de tais mensagens.
Agora, com o surgimento do twitter, começam a surgir novos desdobramentos deste tipo de propaganda. Creio que “merchandising gratuito” é um termo apropriado.
Recentemente, foi lançado o projeto residencial Upper Living da Brookfield Inc, situado na Vila Leopoldina. Parte da divulgação do projeto visa melhorar a percepção que os potenciais consumidores (principalmente jovens da segunda geração de famílias de Alto de Pinheiros e Alto da Lapa) têm da região.
Para tanto, a NeoTix Interative Media criou dois personagens o Upper Homem e a Vida Leopoldina. Tais personagens ganharam perfis no orkut, facebook e twitter.Tal iniciativa objetivava criar uma linha direta com o público informando e recebendo feedback.
O perfil mais utilizado para a ação foi o do twitter, havia até um enredo: O Upper Homem e Vida Leopoldina se conhecem (pelo twitter) e se apaixonam, ele está a procura de um apartamento que se encaixe dentro de suas necessidades e sua namorada, moradora antiga da Vila Leopoldina, lhe mostra o bairro e suas facilidades e vantagens. Ao término, como já era de se esperar, o casal se muda junto para um dos prédios residenciais do Upper Living.
Apesar de interessante a iniciativa foi aclamada apenas por alguns sites de marketing imobiliário. Um dos problemas verificados na ação foi o quão verossímeis eram os personagens. Ao mesmo tempo em que seus nomes denunciavam claramente uma ação de marketing seus posts no twitter tentavam fazê-los se passar por duas pessoas reais, ficando assim meio “em cima do muro”.
Certo ou errado o fato é que muitos dos seguidores destes personagens, dentre os quais alguns blogueiros, sentiram a ação como uma ofensa a sua inteligência. Os twitts entre o casal acabaram por gerar um falatório negativo entre os internautas tais como “Upper Homem e Vida Leopoldina: demência ou marketing mau feito?”. Apesar disso, a Neotix considerou a ação um sucesso uma vez que gerou um buzz (mesmo que negativo).
A partir disto poderíamos iniciar um debate sobre o quão ético seria fazer com que tais personagens se passassem por reais, uma vez que se estaria fazendo o consumidor de bobo. Mas o inegável é que a falta de uma definição clara quanto à veracidade destes personagens também não colou.
Outro ponto negativo que vale ser mencionado foi a total falta de critério na adição dos seguidores (no caso do twitter) e dos amigos (Orkut e facebook) do casal Upper Homem e Vida Leopoldina. Sendo que a grande maioria parece ter sido escolhida de forma completamente aleatória, o que parece ser uma regra neste tipo de abordagem.
Em suma, com o rápido desenvolvimento das redes sociais temos assistido também novas aplicações destas ao marketing. Atualmente empresas vêm criando “avatares” em redes sociais para promover seus produtos e serviços. No entanto, nota-se uma completa falta de noção sobre, não quem é o seu cliente, mas sim sobre quem é a pessoa que está recebendo a mensagem e sua adequação ao perfil do público-alvo desejado. O que é ainda mais irônico se considerarmos que tal fato se dá justamente em um meio no qual todas estas informações estão a sua inteira disposição.
Ainda não se sabe se este novo formato vai de fato “colar”, mas para que isso aconteça duas coisas serão essenciais: uma melhor aplicação das informações das quais se dispõe e personagens minimamente interessantes para que valha a pena segui-los (ou assisti-los na webcam).


Alunos:

Alessandra Faria
Daniela Lee
Gustavo Prata
Lucas Ortega
Marina Mouco

CSOS6C

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